sexta-feira, 29 de junho de 2007

As minhas aventuras com o corta-relva

É verdade, depois de 30 anos a viver em apartamentos, experienciei pla primeira vez o que significa ter um palminho de terra. Nesta grande ilha verde que é a Bretanha, e nesta localidade que é Swindon, todas as casinhas têm o seu jardim, e o nosso é bastante grande por sinal. Já imagino ali um assador pra nos dedicarmos aos barbequeues aos fins de semana (naqueles em que não chover ;)) ), e no delírio que já é ver o meu filho correr na relva e jogar à bola todo contente. Este facto por si só tem vantagens e desvantagens das quais destaco uma de cada: uma vantagem é o facto de lhe regular as glicémias. Uma desvantagem é que a relva esmigalhada e entranhada nos joelhos das explendorosas derrapagens causadas por aparatosas defesas de guarda redes n é nada fácil de tirar da roupa, nem com lavagens a 90º... Mas a 1ª compensa a 2ª, seguramente.


É de realçar a minha figura atrás do corta-relva, naquela que foi efectivamente a minha primeira experiencia com o dito. A relva estava altíssima, porque não sei já há quanto tempo n era cortada, e nós estamos aqui há um mês e meio e naturalmente que as primeiras prioridades prendiam-se com o interior da casa. Sendo que agora esta já se parece com um lar, lá nos dedicámos por fim ao exterior. De início comtemplei a hipótese de me atirar à relva de catana, vá lá de foice, no mínimo, porque de repente n estava a ver como cortar a relva com aquela altura (sim o sacana do jardim parecia já uma selva), dado que o próprio corta-relva desaparecia já no meio da densa vegetação...só faltava mm cm pano de fundo ouvirem-se aqueles barulhos causados por animais ocultos na selva (úúúú-ááááá). Adiante, lá me lancei ao trabalho. Com a ponta do aparelho a “petrol” ligeiramente levantada pra melhor cortar a relva alta, lá fiz uma “estradinha” de relvinha aparada mesmo a meio do jardim! Chegando ao outro extremo do mesmo, voltei o corta-relva ao contrário pra fazer o mesmo no sentido contrário, alargando a “estradinha”, até ter toda a relva cortadinha. Eis senão qdo o dito aparelho pára de funcionar, recusando-se terminantemente a prosseguir o seu trabalho! O horror! E agora??? Esvaziei o recipiente de relva cortada, conferi a existência de petróleo no depósito, puxei em vão o cordelinho que iníciava o motor... Cheia de pavor de ficar com o jardim naquela figura, com uma “auto-estrada” a meio, o que iria com toda a certeza constituir o gozo dos vizinhos britânicos que exibem os seus explendorosos jardins primorosamente aparados e decorados com flores e vasinhos de todo o tipo, corri até casa do senhorio que me tinha emprestado o corta-relva, em busca de uma solução urgente. Com o meu sorriso mais brilhante, expliquei o que se tinha passado, apavorada com a ideia de porventura ter avariado a máquina e de me meter em despesas... O caro senhor n só me descansou, cm se disponibilizou a acompanhar-me, bem como os seus filho mais novo, sobrinho e pai idoso, que n fala nem inglês e muto menos português (é de salientar que o senhorio e toda a sua família são provenientes da Índia...), e que ía dando ao filho, ao senhorio, algumas indicações em indiano sobre o que teria eventualmente provocado a paragem do aparelho... Eu mto solícita e atenta, assisti ao acto de magia que foi o homem levantar o corta relva e tirar de debaixo deste um monte de erva que estava a entupir, a zona das lâminas, e pronto! Em 10 segundos o mecanismo foi libertado da relva em excesso e desatou a funcionar novamente. Agradeci com veemência ao Sr. Paul o favor. mas o senhor satisfeito com o meu interesse e iniciativa, dado que normalmente são os maridos a cortar a relva, avança em frente, e depois pra trás com o corta relva, e volvida uma hora, (sim o raio do jardim é mm grande) tinha a relvinha toda cortadinha! Q felícidade! A meio do processo o meu marido juntou-se-nos enquanto eu apanhava a relva cortada do chão e limpava as extremidades com uma vassoura, que em nada era apropriada para o efeito, mas ok...


No fim do trabalho, mtos agradecimentos, promessas para um churrasquinho em familia (bolas eles são 15!!) e uma chaveninha de café da Nespresso, pra deixar o indiano bem impressionado. Trocaram-se dois dedos de conversa, falou-se das aulas de inglês que tenho dado aos miúdos e que nunca tinham sequer ouvido a palavra “gramática” na vida, e no futuro, na vida, nos objectivos, enfim... Como se tornou já comum e quase presente de despedida, o senhor Paul pediu ao João um teste de glicémia pq lhe tinham diagnosticado diabetes na anterior semana e o homem ao que parece andava um bocado à rasca, se me permitem o termo. Cm cá em casa há dois diabéticos, parece q a palavra se espalhou e toda a gente cá vem, tipo Farmácia local, pra picar o dedo...ou então com mais subtileza, no fim dum jantar de amigos, há sempre alghuém que se saia com esta: “Ó João, n me queres fazer um teste na tua maquineta? É só pra ver se dói mto...Ehehe, n sei cm o teu puto aguenta isto, pá! Ora deixa lá ver...”


Voltando ás minhas andanças na natureza, vou agora semear o jardim...tenho de comprar as sementes das flores que me interessam e tb os instrumentos, que n faço a mínima ideia de quais sejam...a mais próxima noção de jardinagem que tenho remonta ao balde e às pazinhas que usava na prai de santa Rita no Vimeiro entre os 3 e os 10 anos...Já lá vão uns anitos... Será que há cursos disto, só pra reciclar???


Qdo o jardim estiver cm quero, tiro uma fotografia e coloco-a no blog, pra todos apreciarem as minhas artes de jardinagem....Chegou a passar-me pla cabeça, cm boa portuguesa (isto há coisas que dê lá por onde der, n se conseguem mudar pq nos estão no sangue...) semear alfaces e tomates pa salada (afinal tinha um avô alentejano), mas depois detive-me a tempo!


Talvez uns moranguinhos?!??!



terça-feira, 19 de junho de 2007

Panic???

Estava eu e o meu marido, à procura de uma morada, nesta nossa nova cidade de Swindon. Saio do carro numa rua que subia, e o marido fica no veículo com ambos os putos no banco detrás, enquanto eu batia a uma porta pra me pedir indicações...

Através de uma janela, vejo o que me pareceu um inglês enlouquecido, de olhos esbugalhados e a bater repetida e sonoramente no vidro da sua sala... e então fez a maior cara de parvo que eu já tinha visto. Olhei pra trás para o meu marido que descaía o carro pra fazer inversão de marcha e franzi o sobrolho em espanto como quem pergunta "o q tem este gajo??"

Eis senão qdo o dito inglês me abre a porta de rompante e diz "I am so sorry! Terribly sorry" I thought you had left the car without the breaks! I saw the car sliding with the children inside and absolutely paniked. I really did! Terribly sorry. I just realised you have the weel on the wrong side of the car..."

Em suma, estes gajos têm tudo às avessas, são quase todos canhotos, os puxadores das portas que abrem ao contrário, a condução é à esquerda, as medidas de peso e de comprimento com unidades diferentes das nossas, uma moeda diferente, as tomadas de parede onde n servem as nossas fichas a menos que recorramos à utilização de um palito (mm à portuguesa)... e ainda têm a ousadia de achar que temos o volante do lado errado do carro!

Vá-se lá entender isto!

;D

- Filho, veste-te. Vou levar-te à loja da libra e deixo-te escolher um dinossauro novo. Queres?

- Claro, mãe! Mas olha...

- Diz, filho.

- Vamos demorar mto tempo a chegar a essa "libraria"?

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Calor...

O calor corroi, destroi, acaba...queima as entranhas mais do que a pele, que apetece despir tb... o duche já n acalma, e o cerebro quer sair da cabeça e apanhar ar...

Saudades...do tempo em que n sabia o que era o convencional e o socialmente correcto...em que n tinha a noção do perigo e n conhecia o medo...Maria está presa dentro de si...e n pode sair pra n ser consumida plas chamas que a querem devorar inclementes...

Maria quer o infinito, o imensurável, o imortal...e sabe que o encontra em si, mas isso já n lhe é suficiente... Quer absorver...quer ir buscar...sem passar a possuir...porque a beleza do que mais quer reside precisamente na liberdade que lhe é inerente...é essa ausência de posse que lhe confere a sensação de realização, qdo alcança o que pretende, em escassos momentos de glória. Mas n se atreve a exigir mais, ainda que acalente em si esse desejo de mais...para ela seria como prender para sempre uma abelha a uma flor...e privar ambas da alegria e da magia que fazem juntas de cada vez que se encontram...

sábado, 9 de junho de 2007

A pedido de várias famílias...

Alguns dos meus comentaristas (isto assim dito até parece sério) queixaram-se de n conseguirem abrir o video do post abaixo. Assim sendo, aqui repito o faduncho. Toca a entrar de novo a bordo do Barco Negro.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Poetas

Para os verdadeiros poetas...

Disse alguém um dia que os poetas são aqueles que nos penetram a alma sem precisarem de convite e nos tocam a alma sem pedirem autorização. Quando os sentimos, assentimos por dentro às realidades que nos apresentam nas palavras, como se descobrissemos o que entendemos depois que afinal sempre cá esteve...é como se nos cantássem uma música que julgamos desconhecer mas que logo a seguir trauteamos com eles, porque a letra se encontrava embutida cá dentro...

A todos os poetas e aos que os apreciam, um convite pra embarcarem nesta viagem, a bordo deste Barco Negro... (pra quem fala inglês, há tradução e tudo!)

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Acidente de percurso

O caminho diante de si cheia de mistérios, expectativas e conquistas pra realizar puxa-a pra frente...Lutará por si e plos seus, com a garra que a vida lhe reconhece. Arranhada num joelho por uma queda recente e que a deixará permanentemente marcada, ergue-se com dificuldade. Limpa as lágrimas que verteu sobre a ferida e olha a pedra que a feriu com supresa e incredibilidade...nunca esperou que naquela estrada em que circulada acompanhada, pudesse magoar-se tão seriamente. No fundo "a pedra ressentiu-se", pensou ela, "qdo sentiu o meu peso sobre si, e feriu-me pra se defender, mas n quis pisá-la, o meu pé escorregou e caiu-lhe em cima...". Depois troçou de si por atribuir intensões à pedra. Disse a si mesma que a pedra inanimada e sem emoçoes não a teria ferido com consciência das consequências, de inanimada que era. Mas depois antes de continuar caminho, fitou a pedra atentamente uma última vez. Sem saber explicar e entender o que via, viu a pedra indignada, ressentida, quase feroz. "Foste ingrata", gritou-lhe a pedra, "eu e outras como eu compusémos o chão em que caminhas e pisaste-me...Como te atreveste?"...Ainda tendou digerir e organizar dentro de si os pensamentos, e tentar defender-se...e dizer à pedra que não a pisara de propósito, que não o podia ver dessa forma, que de maneira nenhuma tê-la pisado por acidente era sinónimo de ingratidão... Incapaz de se ir embora sem se explicar (sempre tinha sido um dos seus piores defeitos, este), tentou arrazoar. A pedra ofendida virou-lhe as costas.
Ela seguiu caminho apoaindo-se nos companheiros de viagem que a apoiavam, já que andava com dificuldade. Disseram-lhe que nunca se discute. A verdade de um acontecimento varia sempre segundo o ponto de vista dos intervenientes, concluiu. A pedra sentiu-se ferida e até tratada com ingratidão, acusação que ela n conseguira entender, nem com a explicação que a pedra lhe dera. Ela sentiu-se provavelmente mais ferida ainda com a defesa em forma de ataque que a pedra lhe tinha arremessado, e ficaria de certeza mais marcada que ela. A pedra estará sempre lá, forte, indeformável, e a compor aquela estrada. A ela restava-lhe esperar que no longo percurso que ainda tinha de percorrer, cheio de surpreses e de desconhecido, aquele incidente não lhe trouxesse mais problemas. Só queria que a ferida n infectásse.

sábado, 2 de junho de 2007

De volta ao activo!

Olá a todos! N sabem as saudades que tive de todos e deste prazer de escrever pra blogesfera...

Ora novidades: O marido tá a trabalhar...a casa tá a ganhar o aspecto de um lar...o miudo vai pa escola na 2ª feira. A menina tá a crescer mto, pq estes ares verdes abrem-lhe o apetite e come q se desunha... Tratámos de alguma papelada para oficializar a nossa situação aqui e ter direito às mesmas coisas que os locais... Já temos consultas de rotina agendadas pra conhcermos o que será o nosso médico de familia. Os supermercados daqui são todos "Continentes" em ponto pequeno, mas com outros nomes, naturalmente, e consegue-se viver bastante barato se se souber onde comprar. Começo a conhecer os truques pa abastecer a despensa e o frigorifico com produtos de qualidade a quantias módicas... Em relação a outro tipo de compras, só pra terem noção, consegue-se comprar equipamento desportivo, tipo ténis da Nike a 20 libras...o que equivale aí a 35 euros...e aí em terras Lusas a coisa custa aí uns 100 euros plo menos...Roupa e calçado há pa todas as bolsas e as lojas de outlet fazem as delicias da malta! Por isso venham a Swindon fazer compras e instalem-se na minha humilde vivenda com jardim...fazemos um genuíno barbecue ao ar livre a ver os passarinhos e as raposas e os gatos e as lebres e os veados...hã? Tb temos sempre em casa flores naturais que há a venda em todo o lado, a preços optimos, e vou começar a "lavrar" o meu jardim agora em Junho... Parece convidativo, ou n?

O sotaque britânico começa a apoderar-se das nossas vidas...é tão diferente do americano...e mto mais bonito, diga-se! Toda a gente me pergunta se dou aulas, o q é verdade (já tenho 3 alunos), pq lhes parece surpreendente que pessoas não nativas falem um bom inglês e rico em sotaque. Ao que parece os ingleses, nem q se matem conseguem falar o q quer q seja para além de inglês...plo menos sem que pareçam uns idiotas pegados...

Achei interessante que o chá com leite que eu sempre tomei, aqui é um dado adquirido. Eles n almoçam, mas tomam chá c leite de hora a hora. Jantam as 18h da tarde...hora em que eu me dedico a debicar num pãozinho com chocolate e a bebericar um cházinho de fruta...com leite, claro! Continuo a jantar às 20h30 senão as 21h da noite tinha de jantar outra vez.

Um detalhe impossivel de n mencionar: aqui amanhece as 4h da manha...Plo menos nesta altura do ano. Os portugueses estranham mto a principio, pq nos entra a luz plo quarto dentro e nos acorda de madrugada...resolvi a situação temporariamente por prender uma manta aos cortinados para impedir a luz directa nas ventas a meio da noite...às 22h30 da noite ainda é de dia...enfim, n percebo cm esta gente dorme...

De Portugal tenho saudades da minha familia, naturalmente, dos meus amigos queridos e de toda a gente q sabe que é importante pa mim...e depois, tb tenho saudades de duas coisas em específico: 1º as pastelarias, pq aqui n há...e o que há de mais parecido com isso fecha as 17h da tarde, e n tem os nossos bolos acabados de fazer...tem uns cafés de meio litro, impossíveis, com leite se n mencionarmos que os queremos "black". 2º, n aguento as saudades do meu bidé! É isso mm, o bidé! Esta gente n usa bidé! As sanitas ou "toilets" são deixadas sozinhas em lugar de destaque nas casas de banho, cm se de um trono de tratassem. N dá pra nos sentarmos no tampo da sanita e por os pézinhos de molho num dia quente, no bidé mm ao lado...E se depois de usarmos as mesmas se queremos por o rabiosque ou qq outra coisa de molho, há que saltar pa banheira, o que envolve tirar a roupa toda, o que é uma seca danada...Claro que eu já descobri um truque alternativo e intermédio, que n vou revelar, de forma a que a higiene se mantenha sempre no seu melhor. Digo-vos apenas que exige alguma despreza fisica. Isto deixou-me simultaneamente curiosa e preocupada com as inglesas...cm é que estas gordas se lavam? Sim, pq duvido que se metam na banheira de cada vez que usarem a "toilet"...se calhar é por isso que se continuam a enfiar nas pizzarias e hamburguerias...é da carência emocional, entre outras, de nenhum homem lhes pegar, mas tb sem água na patareca, n vejo cm podia ser de outra maneira... Eu e os meus ápartes...!

Agora que votei ao activo, vamos ver-nos mto mais vezes por aqui. Tb estou ansiosa de navegar nos blogs da malta! Voltei pra vos ler, e tava cheia de saudades!