terça-feira, 6 de março de 2007

O único ódio que vem do amor...

Olá meus amigos! Pois é...há um ódio que vem do amor...Parece incoerente, n é? Eu sei... Podem pensar que falo do ódio que venha dum romance que acabou mal, ou que ficou mal acabado (são coisas diferentes), mas n. N é nada desse género, até pq esse ódio se existir veio dum sentimento que n era amor...ou resulta duma traição ou desgosto, e portanto n do amor, n directamente. Mas o tema que vos trago hj sim, descende directa e exclusivamente do amor...e além disso, mais tarde, se quem o sentir porventura alcançar o equilíbrio, este ódio regressa ao amor, e volta a fundir-se nele e a reagir com ele, como uma mistura que a principio parece imiscível, mas que por fim se torna homogénea e quente...e por incrível que pareça é o espírito de gratidão e admiração que torna este dois sentimentos oponentes em apenas amor...sim, pq o amor é sempre o maior e q absorve, aquele que prevalece. Lamentavelmente, e contra mim falaria até há bem pouco tempo (lembram-se do meu post sobre os problemas da sociedade derivarem dos traumas paternos?), muitos n vêm a descobrir isto no 'tempo útil de uma vida', como diria alguém, e perecem sem descobrir esta verdadeira glória.

Mas chega deste prólogo, que já vai extenso, e passemos àquela que é de facto a questão fundamental. Encarem este texto como um adiantamento do que viriam, ou n, a descobrir. É um presente de mim para vocês.

O único odio que deriva do amor, é o ódio de um filho. Estranho? Eu explico. Deriva do amor dum pai, ou duma mãe. E porquê? Porque muitas vezes na nossa vida, os nossos pais nos contrariam, nos impedem de atingir o que julgamos ser sonhos, nos privam de estar com quem nos faz sentir bem, nos dizem inúmeras vezes q n...e mtas vezes o unico argumento (se calhar o único que nós conseguimos ouvir) é:
"Pq eu quero, pq eu mando em ti, pq eu penso que é melhor, pq eu te posso obrigar, pq se n fizeres cm eu quero eu castigo-te nisto e naquilo (o que nos fazia explodir ainda mais de raiva), pq tu és um imbecil que n vês o que é melhor pra ti...pq não e pronto!"
E lá ficávamos nós a pensar do nosso pai ou da nossa mãe:
"Isto n é justo, eu nem tenho direito a expressar-me, parece ele ou ela que é um gde exemplo pa me tar a exigir isto ou a proibir aquilo, pq ele ou ela me vão fazer infeliz, miserável, pq vou perder os meus amigos, o meu amor, a aceitação de quem me importa...pq vou ficar triste e infeliz, pq já sei mto bem o que quero para mim e o que me vai ou n fazer feliz, pq esta é a minha vida e eu tenho direito de me tornar cm eu quero ser...como pode o meu pai ou a minha mãe fazer-me isto? E diz ele ou ela que gosta de mim?"
E já n falo das frustrações filiais dos primeiros anos de vida, em que éramos obrigados a comer as verduras que odiávamos e a sopa horrorosa, e a beber mto leite, e a n comer doces qdo queríamos...agora que somos gdes todos nós percebemos os porquês destas exigências, mas se calhar inda há mtas que n percebemos até hj...

Agora vem a parte importante: Quão grande tem de ser o amor dum pai que contraria o filho para bem dele, sem que este consiga entender que é para o seu bem, sujeitando-se assim a que o filho o odeie, o deteste, lhe guarde rancor...durante dias, semanas, meses ou anos...? O quê, senão o amor, pode dar força a um pai pra ser capaz de inflingir ao seu filho a dor de o contrariar, de o proíbir, de lhe exigir coisas contra a sua vontade, de n lhe explicar o que ele ainda n consegue ouvir ou é capaz de entender, sabendo que provavelmente o filho o odiará por isso e que levará um longo tempo de vida, até atingir que o que movia o pai ou a mãe em todos os seus "maléficos" actos incompreensíveis era algo que afinal era imensuravel, tão grande q se tornava invisível?

Perceberam onde queria chegar?

Um dia ouvi do meu irritado pai com a mais autoritária voz que possam imaginar dele (os que o conhecem sabem q poder mto, mas mm mto autoritário), esta frase inolvidável para mim: "No que depender de mim, hás-de ser feliz, quer queiras, quer não!". Eu tinha aí 20 anos e tinhamos tido uma discussão do pior...na altura fiquei efectivamente a odiá-lo, a achar q n iria jamais perceber que sádico prazer era o dele pra querer impedir-me de chegar onde queria, qdo aparentemente tudo n passava duma questão de ponto de vista...Esta foi uma de mil discussões. E mm qdo mais tarde ele mostrou estar mais q certo sobre o assunto em questão, mm aí eu pensei "Vá lá! Teve sorte e acertou...agora deve tar a achar que nunca se engana e ainda fica mais com a mania de que é profeta!". Agora sei q n foi sorte...foi sabedoria...foi o ser capaz de ver claramente e à distancia o que eu jurava a pé juntos q n podia acontecer jamais, e aconteceu pouco depois. Eu de facto tinha mesmo a mania! Agora lixo-me pq já ando a papar dilemas destes com o meu puto que inda só tem 4 anos...o melhor é pôr as minhas barbinhas de molho...isto promete! Se ao menos tivésse herdado a genética do pai em vez da minha! Felizmente que agora vejo a luz, e conto c essa vantagem nesta batalha q vai ser dura...

Há umas semanas li um artigo sobre os pais...em que chamavam a todos os pais que impunham regras aos filhos, uns danados, uns malvados, uns tiranos...coitados dos jovens que eram contrariados toda a vida, até por fim respirarem o ar da liberdade de qdo finalmente saíam de casa...e terminava este artigos com a seguinte declaração: "precisam-se de mais 'maus pais'...Há poucos!"

Este amor dos pais, com tão duras manifestações para os filhos q amam, passa por maldade, por rigidez, por falta de capacidade paternal, por desinteresse em relação às necessidades dos filhos...mas é esse duro período de recruta q faz de nós homens e mulheres, q nos ajuda a enfrentar as contrariedades da vida com mais níveis de sucesso q de insucesso, q nos dá o treino e a preparação para a vida, q nos ensina de forma inconsciente a proteger os nossos filhos com todas as forças q temos, mm q isso implique q eles nos odeiem por os amarmos tanto. E tb é esse amor q nos faz acreditar sem sombra de dúvidas q um dia hão-de entender esta verdade suprema, e voltar então pra nós, pra se fundirem connosco em amor, gratos por termos sido capazes de suportar viver sabendo q eles quiseram fugir de nós um dia...E é qdo nos apercebemos disto tudo, deste segredo que ouvimos montes de vezes e não descodificámos, e os nossos filhos tb um dia, que se cumpre a "profecia" dos nosso pai e da nossa mãe, e de nós tb enqto pais: "Um dia vais perceber!"

Acho q isto n me saiu mal...e vocês? Fiquei tão a sentir q encontrei um tesouro que n podia deixar de partilhar!

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