sábado, 5 de maio de 2007

Rosa Vermelha...


Era apenas um botão, verde e pouco promissor...vulgar entre tantos outros...Dentro de si, no entanto o potencial da flor que seria qdo crescesse, amadurecesse e desabrochásse...Foi tocada plo sol e abriu...pétalas macias, de um vermelho escuro aveludado e impressionante...deslumbrante oscilava levemente ao sabor da brisa.

Secretamente esta rosa nutria em si um amor...um amor que com o tempo chegou a duvidar que sequer existísse...mas ainda assim recusáva-se a abandoná-lo e continuava a nutri-lo, resiliente...Olhava o céu e pensava nele...acalentáva-o dentro de si, na seiva mais fresca que lhe corria plo caule...esperava por ele...que a visse e que parásse...Se apenas a encontrásse ela já se daria por feliz, e já consideraria que a sua vida teria valido a pena...se tão somente ele a visse...

Um dia porém, sem quase contar com ele, avistou-o e de imediato o reconheceu...Sem pensar, deu o seu melhor! Abriu as pétalas ao máximo da sua capacidade e deixou-se estar, ansiosa e de uma beleza sublime...então exalou o seu melhor perfume para q ele por magia o detectásse e a mirasse, mesmo que apenas por dois segundos...

De passagem ele deteve-se. Todo o seu roseiral estava explendoroso...mas aquela rosa por algum motivo lhe parecia mais viva que todas as outras...era mais vermelha, estava mais aberta...e parecia quase a tenta à sua presença. Baixou os olhos, abanou a cabeça e riu-se da sua própria ideia... Mas o vento, aliado à rosa, quis dar-lhe uma ajuda, e bafejou sobre ela com destreza, e deixou viajar em si o aroma doce e puro da rosa, até o entregar ao nariz do seu amor...

Ébrio com o perfume parou ainda antes de voltar as costas à roseira...e olhou-a com um misto de surpresa com estranheza...Alguma coisa o fez tomar coragem para agir contra o que a razão lhe ditava e estender o braço...e tocou-a. Levou os dedos ao nariz...

A rosa tinha o seu momento de glória! Nunca pensou que a tocásse...e assistiu extasiada ao fechar de olhos demorado do homem que a tinha feio nascer, plantando na terra a semente que lhe dera a origem, a si e a todas as suas irmãs...Num esforço para brilhar ainda mais, enrolou as margens das pétalas o que lhe conferiu a mais rara e indizível beleza. Estava de facto no seu máximo expoente...

N resistindo, aproximou-se dela...para a inspirar profundamente... De repente aquele perfume tinha-o transformado. Desejou aquela rosa como de uma mulher se tratásse... O amor tinha feito a rosa desenvolver feromonas que o tinham hipnotizado, e ele olhava-a atento, enquanto ela brilhava só pra ele... Pensou em colhê-la, mas depois pensou que a queria viva...e deslizou os dedos plo seu caule de veludo e parou junto dum dos seus espinhos...

Ela quase desfalecia de prazer...ele acariciava-a com cuidado, e parecia até que a amava...a vida era bela!
De repente, um calor subito lhe subiu plo caule...Algo que n entendia tinha acontecido...Sentiu-se desfalecer e em simultâneo quis rir...e chorar, e uma onde de prazer percorreu-a inteira, até ao fim de cada pétala macia e vermelha...Nem todo o vento a soprar lhe arrefecia a pele...estava em chamas de felicidade... Q magia era aquela que lhe causara o seu amor?

O homem olhava-a incrédulo, mudo, completamente atónito...Viu o caule crescer diante dos seus olhos, e as pétalas aumentarem substancialmente...toda ela cresceu e se tornou ainda mais magnífica e feliz...Depois olhou o seu dedo ferido do espinho...e interrogou-se: Que força o tinha feito picar-se intencionalmente? E porque a rosa tinha crescido assim de repente? E porque estava ele tão feliz e excitado, como um jovem enamorado e tolo? Sem esperar plas respostas voltou a picar-se...pra cair para trás com o novo ímpeto da rosa, que novamente crescia e estava mais vermelha e bela do que nunca... Não podia haver outra assim...n podia!

A rosa mal repirava de tanto prazer, e contudo sentia-se forte, feliz, realizada para além de todas as expectativas que a sua curta vida lhe teria proporcionado...

O tempo passou, os dias em anos se tranformaram... Ele nunca casou...
Satisfeito com a remodelação que fizera á sua casa, sentiu que finalmente o seu amor tinha o destaque que merecia...As paredes onde a roseira inicial se tinha apoiado para crescer já n existiam...estavam outras constuidas à volta desse espaço, amplas, com boa iluminação a entrar para a manter viva e saudável...a ela, sim, à rosa...Era uma árvore, única no mundo...a única rosa apaixonada, enorme, do tamanho do seu amor por ele...e o seu homem domia junto dela, recostado no seu forte e robusto tronco, embriagado com a sua beleza, como se da primeira vez se tratásse...

As outras rosas cresciam normais à volta dela, como aias à sua majestade...

Pra que se saiba, que n há amores impossíveis!