sexta-feira, 13 de abril de 2007

Gossard (nunca percebi este nick...)

Nino...falar de ti...é dificil...pq há tanta coisa pra dizer...

Na verdade, de pouco me lembro da vida sem ti. As nossas mães eram as melhores amigas (a minha mãe foi madrinha do casamento dos teus pais) e por isso, qdo a tua esperava por ti, inda eu era filha unica, uma menininha de 2 anos e meio, era na barriga da tua mãe que me colava a sentir-te mexer, a falar lá pra dentro, pra depois olhar pra cima e ver o cabelo preto dela e o rosto iluminado plo seu sorriso que viria a ser o teu. Sim, és a cara da tua mãe! Lembro-me dela a afagar-me o cabelo, enquanto me aturava empuleirada em cima dela, pra onde quer que fosse... A minha mãe só ficou gravida da minha mana pouco depois de tu nasceres. E depois lembro-me das lágrimas da minha mãe qdo soube que ela estava gravemente doente... E lembro-me de quando ela partiu e te deixou com apenas quatro anos. Digo com certeza, que nunca mais a minha mãe voltou a ter outra amiga assim. E foi cmg q ficaste durante o grave periodo da perda e do vazio, no teu pijaminha castanho de veludo, a dormir agarrado a mim enquanto me sussuravas ao ouvido com os teus grandes olhos "a minha mãe morreu!". Sei que te apertei com as forças que tinha, e se já antes disso te via como um irmão, a partir daí cosi a minha alma à tua para sempre. Tb eu perderia o meu avô querido pouco tempo depois, e lembro-me de pensar "se ele aguentou, eu tb aguento!".

Fomos crescendo, às vezes perto, às vezes longe, mas sempre lá! Depois de uns tempos de afastamento na pré-adolescencia, lembro-me de ter-te visto num ajuntamento de gente ao longe e de chorar por estares tão grande...e de eu n ter visto tu cresceres...parecia eu q era uma grande mulher, lol! E desde aí n voltámos a separar-nos... Entretanto eu namorei e casei e voltei pra morar ao pé de ti, n foi? E ías a minha casa tantas vezes, e passaste a ter uma caneca só pra ti, onde te servia o chá nas noites frias...e comíamos ovos com salsichas, e víamos filmes, e estudávamos juntos, e brincávamos com os meus gatos, ou ficávamos só na conversa...a contar as coisas boas um ao outro, e mais tarde as más tb q começaram a surgir nas nossas vidas...enquanto o João ou nos ouvia pacientemente, ou sucumbia de cansaço e adormecia no sofá ao pé de nós...eras o meu irmão desde a vida toda.

Depois foste embora, estava eu grávida do meu Henrik. Lembro-me de teres vindo a minha casa de bicicleta despedires-te, sem eu saber q era uma despedida...e pouco dps qdo soube da tua partida, quase tive o bebé antes do tempo...e chorei, chorei...e até hj dou cmg entretida a ver a tua foto, a que tiraste no meu casamento, todo gingão e sorridente, de casaco por cima do ombro...ou então a outra, a de ti pequenino na praia, que tenho na carteira há 500 anos, cm uma que tu tens de mim, com 1 ano de idade. Sei de cor o som da tua voz, e ainda te ouço rir. Tenho tantas saudades mano, tantas, tantas!

Às vezes odiei-te, por n teres estado lá, por te teres deixado perder, por n te poder mostrar o meu filho, ou ligar pra ti, ou dar-te um simples chá quente...E interditei o uso da tua caneca até regressares...e perguntava por ti secretamente, e continuava a chamar-te irmão às escondidas...e depois voltei a ter vida a crescer dentro de mim, voltei a culpar-te por n te poder dizer...e a mim por n ter sabido evitar a tua partida...E se por vezes te via ao longe, no teu fato azul de bombazine, impossibilitada de te falar, olhava-te de frente descarada e deixava-te saber tudo com o olhar, e com o peito a pulsar de emoção e da respiração alterada gritava por dentro: "É ele, é ele!"

Podia alongar-me aqui, e dizer-te outra vez tudo o q sabes q deves fazer...e falar-te na raiva q me causas por n te poder esbofetear de vez em quando por causa dessa tua falta de iniciativa tão herdada do teu pai, que é uma jóia de homem mas mto comodista, assim como tu...Podia mto...e podia dizer-te que adorava voltar a apertar-te contra o peito e acolher-te de volta. E digo: Adorava voltar a apertar-te contra o peito e acolher-e de volta, pronto! Vê se te despachas, pá! O tempo urge e escasseia...

Não te quero perder pra sempre...e tu tb n queres. Conheces esta lenga-lenga de cor...

A sério, nino...Hurry back!